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sábado, 21 de abril de 2012

Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) - Hérnia de Hiato - Orientações gerais.


Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) - Hérnia de Hiato - Orientações gerais.



O Que é Doença do Refluxo?
Nas pessoas normais, o conteúdo do estômago (comida ou ácido clorídrico) não volta ou reflui para o esôfago com frequência. Entretanto, nas pessoas com doença do refluxo, o ácido ou a comida do estômago pode voltar para o esôfago ou mesmo para a garganta e boca. Quando o ácido volta para o esôfago ou garganta ele pode causar vários sintomas ou problemas nestas estruturas, como:
  • queimadura no esôfago ou no peito (azia, pirose ou esofagite) e dificuldade
    para engolir alimentos
  • refluxo de ácido ou comida para o peito ou garganta
  • queimadura na garganta; tosse; garganta irritada; coceira na garganta; rouquidão
    (laringite)
  • asma brônquica ou bronquite
  • sangramento e anemia

O Que Causa a Doença do Refluxo?
O enfraquecimento de uma válvula (cárdia) que fica entre o esôfago e o estômago permite que o ácido ou comida do estômago volte para o esôfago. A causa do enfraquecimento desta válvula ainda não foi completamente esclarecida.
Para chegar até o estômago, o esôfago passa através de uma abertura no diafragma (músculo que separa o tórax do abdómen). Quando esta abertura é grande, parte do estômago sobe para dentro do tórax, formando a hérnia de hiato. Esta hérnia enfraquece a válvula e aumenta o refluxo. O fumo, cafeína, álcool e obesidade podem piorar o refluxo.



Nas pessoas normais, uma válvula chamada cárdia impede que a comida ou o ácido clorídrico presente no estômago volte ou reflua para o esôfago.


A hérnia de hiato ocorre quando a abertura do diafragma é exagerada e permite que o estômago suba para o tórax. A presença de hérnia facilita o aparecimento da doença do refluxo.


Nos pacientes com doença do refluxo, o ácido ou a comida do estômago pode voltar (refluxo) para o esôfago ou mesmo para a garganta e boca porque esta válvula não funciona bem.

Um Problema Comum
A doença do refluxo gastroesofágico, também conhecida como esofagite de refluxo, é uma condição muito comum. A sua incidência está aumentando nos últimos anos. Cerca de 5% das pessoas apresentam sintomas diários da doença do refluxo.
A doença do refluxo aumenta com a idade, mas pode ocorrer em qualquer idade, desde recém-nascidos até idosos.
Apesar de ser mais comum nos obesos, também pode ocorrer em pessoas magras.

A Doença do Refluxo Melhora ou Piora com o Tempo?
A evolução desta doença depende de vários fatores. De modo geral, a doença do refluxo tende a piorar com o tempo, principalmente se o paciente ganhar peso e não seguir as orientações do tratamento fornecidas pelo seu médico. Pacientes com doença inicial e sintomas ocasionais poderão ficar assintomáticos por tempo prolongado se seguirem o tratamento adequadamente. Os pacientes que não tratam a doença adequadamente podem apresentar complicações, como úlcera, sangramento e estenose (estreitamento) do esôfago. Em poucos casos, a inflamação crônica pode facilitar o aparecimento do esôfago de Barrett (alteração na mucosa ou revestimento do esôfago), que predispõe ao câncer do esôfago.



Diagnóstico
O diagnóstico da doença do refluxo é baseado nos sintomas do paciente, mas sempre deve ser confirmado com a realização de exames como a endoscopia digestiva alta, a pHmetria e manometria do esôfago.


Tratamento
O tratamento adequado da doença do refluxo é importante para evitar prejuízos graves à sua saúde. Se você não fizer o tratamento corretamente, além de poder apresentar sintomas desagradáveis que pioram a sua qualidade de vida, você poderá ter complicações graves com o tempo.


Tratamento Clínico
O tratamento clínico consiste do uso de medicamentos e de alterações no hábito alimentar e de outros aspectos do estilo de vida.


1. Medicamentos

Atualmente existem várias medicações potentes que reduzem acentuadamente a produção de ácido no estômago e conseqüentemente diminui o refluxo de ácido para o esôfago. Os principais medicamentos usados no tratamento da doença do refluxo são omeprazol, lansoprazol, pantoprazol, rabeprazol e esomeprazol. Apesar de geralmente não curarem o paciente, estes medicamentos são capazes de aliviar os sintomas durante o período em que o paciente estiver em tratamento. Entretanto, quando os medicamentos são suspensos, os sintomas geralmente voltam.


2. Alimentos que devem ser evitados

Os alimentos mencionados a seguir podem aumentar a produção de ácido no estômago ou relaxar (dilatar) a cárdia (válvula entre o esôfago e o estômago), permitindo que ocorra refluxo de ácido ou alimentos do estômago para o esôfago.
- café, chá, refrigerantes.
- comidas gordurosas e frituras
- comidas condimentadas
- frutas cítricas
- chocolate



3. Eleve a cabeceira da cama

O refluxo ocorre com mais facilidade ao deitar, porque nesta posição o corpo fica na horizontal, permitindo que o ácido reflua (volte) mais facilmente do estômago para o esôfago. Ao elevar-se a cabeceira da cama 10 a 15 cm, o refluxo diminui consideravelmente. A maneira mais fácil de elevar a cabeceira da cama é colocar 2 tijolos no pé da cabeceira da cama. O uso de travesseiros é ineficaz, pois só eleva a cabeça do paciente, mas o corpo permanece na horizontal.

4. Evite bebidas alcoólicas e o fumo

5. Não deite logo após as refeições
Espere pelo menos 2 horas para deitar. Assim, o estômago ficará vazio e a possibilidade de refluxo será menor.

6. Evite ingestão de grande quantidade de alimentos de uma única vez
Prefira várias refeições pequenas por dia.

7. Reduza o peso
Caso você esteja acima do peso normal, emagreça.


Tratamento Cirúrgico
O seu médico poderá ajudá-lo a decidir se a operação é a melhor opção para você. Esta decisão deverá ser tomada após considerar alguns dados, como: há quanto tempo você tem a doença; a intensidade dos sintomas e da doença; sua idade; sua resposta ao tratamento clínico; se você tem outras doenças que podem aumentar o risco da operação; e sua preferência quanto a tomar medicação continuamente ou ser submetido a um procedimento cirúrgico que elimina a doença definitivamente.
A operação é realizada com anestesia geral e consiste na correção da hérnia de hiato (fechamento da abertura exagerada no diafragma com alguns pontos) e confecção de uma válvula para eliminar o refluxo. A válvula é feita com os tecidos do próprio organismo. Não é colocado nenhum material estranho. A válvula é confeccionada de maneira muito simples: a parte final do esôfago é completamente envolvida pelo estômago, de modo a comprimir o esôfago e impedir o refluxo. 
Esta operação pode ser facilmente realizada por via laparoscópica na maioria dos pacientes ("operação dos furinhos"). Inicialmente, é injetado gás (gás carbônico) dentro do abdómen (barriga) para criar um espaço, onde o cirurgião poderá fazer a operação com segurança. Após a realização de 5 ou 6 furinhos de meio a um centímetro, uma câmera de televisão pequena é colocada dentro do abdômen através de um dos furinhos para que o cirurgião e a sua equipe possam visualizar todo abdômen em uma televisão. Os instrumentos (pinças, tesouras, material de sutura, etc) são colocados através dos outros furinhos para realizar a operação.

A operação é realizada por via laparoscópica ou também conhecida como "operação dos furinhos", sem a necessidade de fazer um corte grande na barriga (abdômen).

Fechamento do diafragma com pontos para impedir que o estômago suba para o tórax.


Fechamento do diafragma com pontos para impedir que o estômago suba para o tórax.


 Vantagens do Tratamento Cirúrgico
São várias as vantagens da operação:
  • Recuperação rápida do paciente. A maioria dos pacientes fica internada no hospital somente 1 dia e pode retornar ao trabalho e a realizar todas atividades, inclusive esportivas, em 1 ou 2 semanas. 
  • Resolução completa e definitiva da doença em 90- 95% dos pacientes. 
  • Pouca dor pós-operatória. 
  • Cicatriz cirúrgica mínima, porque são realizados somente 5 ou 6 furinhos. 
  • Risco de infecção pequeno. 
Apesar dos resultados do tratamento cirúrgico serem excelentes, alguns pacientes podem ter complicações, como em qualquer procedimento cirúrgico. As complicações mais comuns são dificuldade para engolir por tempo prolongado, excesso de gases, lesão de vísceras, infecção e necessidade de fazer uma incisão
(corte) maior no seu abdômen para realizar a operação.


Informação Nutricional Pós-Operatória 
Objetivo
Orientar no sentido de propiciar uma nutrição adequada, e evitar, além de danos ao esôfago, a ocorrência de náusea ou vômitos, provenientes da dificuldade de deglutição que ocorre normalmente após o ato cirúrgico.

Esta dificuldade ocorre por duas razões:
  • A diminuição da movimentação do esôfago, quando submetido a qualquer manipulação cirúrgica;
  • As lesões inflamatórias provocadas pela doença do refluxo gastro-esofágico atuam diminuindo sua movimentação normal.
Este período de dificuldade de deglutição pode se prolongar por um tempo médio de 4 a 6 semanas, sendo assim, extremamente importante a colaboração do paciente.
Desta forma, a modificação nutricional é necessária, para garantir não apenas o conforto do paciente, mas também para atuar como mecanismo de prevenção de complicações, e auxiliar no sucesso do procedimento.


Informações Gerais
A maioria dos alimentos, quando bem mastigada, passa facilmente através do esôfago. Porém, muitos pacientes não mastigam os alimentos adequadamente. É recomendada a mastigação lenta e cuidadosa, bem como a ingestão de muito líquido para facilitar o ato de engolir.
Alimentos umedecidos com molhos são facilmente deglutidos. Os alimentos devem ser macios e quando sólidos em pequenos pedaços. Esta dieta deve ser observada por aproximadamente 3 semanas.
Nas primeiras semanas após a cirurgia o estômago está se acomodando ao novo mecanismo de válvula e o paciente pode sentir a sensação de estar cheio mais rapidamente do que no período pré-operatório. Pequenas porções de comida, várias vezes ao dia, são mais recomendáveis do que tentar uma maior quantidade de uma só vez.


Adequação Nutricional
Esta dieta para o período pós-operatório de cirurgia de esôfago foi adequada para que o paciente tenha condições de ingerir todos os nutrientes necessários à manutenção de sua saúde. Veja a seguir



Alimentos Permitidos
Alimentos não Permitidos
Leite
Leite integral, milk shakes,
iogurte, sorvetes.
Iogurtes que contenham
frutas secas e/ou nozes
Proteínas
Pequenas porções desfiadas
de galinha ou peru,
acompanhadas de muito
molho. Peixes e salada de
atum.Queijos ralados,
derretidos e tipo cottage.
Ovos cozidos em água.
Feijão, ervilhas. ***
Porções grandes de
carnes, carnes secas, e
queijo duro.
Cereais e
Amidos
Cereais secos embebidos
em leite. Macarrão com
molho. Purê de batatas e
batatas cozidas na água até
ficarem bem macias.
Pães em geral. Qualquer
cereal que contenha frutas
secas e/ou nozes. Batatas
fritas, bolos, cucas.
Vegetais
Vegetais cozidos até
ficarem bem macios.
Vegetais crus ou fritos e
vegetais que contenham
fibras como vagem.
Frutas
Frutas cozidas e macias,
enlatadas ou congeladas,
bananas frescas, sucos de
frutas.
Fruta inteira com exceção
da banana, frutas com
peles e cascas e frutas
secas.
Sopas
Caldos e cremes feitos com
pequenos pedaços de carne
e vegetais macios.
Sopas que contenham
vegetais crus.
Sobremesas
Pudins, sorvetes, sorvetes
de frutas, gelatinas,
manjares,
Tortas, bolos, biscoitos ou
qualquer sobremesa que
contenha frutas secas






Orientações Pós-Operatórias
  1. Evite bebida com gás, como refrigerantes, cerveja e água mineral com gás nos primeiros meses. Mesmo sem ingerir bebida com gás, é comum que o paciente tenha excesso de gás no estômago ou na barriga. O excesso de gás é devido à dificuldade do paciente arrotar nas primeiras semanas ou mesmo meses. 
  2. É comum que o paciente tenha a impressão de que o seu estômago diminuiu de tamanho e que a sua capacidade para comer ficou menor. Esta sensação é temporária e geralmente dura poucas semanas. A dificuldade para engolir, associada a esta sensação de redução no tamanho do estômago, faz com que a maioria dos pacientes perca peso. A quantidade de perda de peso é variável, 3 a 7 kg em média. 
  3. É comum apresentar soluço. Não se preocupe. Ele desaparece em poucas horas ou dias. O soluço geralmente ocorre após ingestão rápida de alimentos, principalmente se forem muito gelados ou quentes. 
  4. Dor no ombro é frequente após este tipo de operação. Esta dor é consequente à irritação de um nervo que fica entre o abdômen e o tórax. Ela não se deve a torção ou mal jeito no ombro. A dor no ombro geralmente desaparece em poucas horas ou dias. Se ela for intensa, tome o analgésico (remédio para dor) prescrito pelo seu médico.
  5. Os cortes (furinhos) serão fechados com pontos e cobertos com curativo (micropore). É comum que ocorra hematoma ("azulado" ou "roxo") ou pequenos sangramentos. Isto é normal. Não se preocupe. Não retire o micropore, a menos que o seu médico o oriente neste sentido. Pode tomar banho completo e molhar o micropore. Após, seque o abdômen normalmente com toalha, sem necessidade de cuidados especiais com os cortes. Entretanto, se o corte tiver aparência de infecção (vermelho, com secreção de pus ou com cheiro forte), contacte o seu médico.
  6. Respire fundo 3 vezes a cada hora para expandir melhor o seu pulmão e evitar complicações, como febre e pneumonia.
  7. Evite ficar muito tempo deitado ou sentado. Procure andar várias vezes ao dia. 
  8. Em caso de dúvidas ou caso apresente alguma complicação, procure o seu médico

Retratação da Internet
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http://www.gastroecirurgia.com/search/label/hernia%20de%20hiato
Fonte: Dr. Nemer Hajar -  CRM-Pr 11.286

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